terça-feira, 18 de setembro de 2007

Uma mídia não substitui a outra

A comunicação por meio de palavras impressas em papel tem sido um fato na vida das pessoas desde difusão da prensa do Gutenberg, no século XV. A alteração do modo de reprodução de livros manuscritos (pelos escribas) para a prensa tipográfica foi uma enorme inovação, a qual mudou o modo de ver o mundo, alterou a criatividade e o modo de pensar daquela sociedade.

A cada inovação tecnológica, a criação, a difusão e a circulação da informação se alteram e consequentemente a comunicação da sociedade. Sem perceber a tecnologia digital está em toda a parte e incorporada no dia-a-dia das pessoas, desde caixa eletrônico do banco, painel do carro, aparelho de telefone móvel até o computador em si.

No início de qualquer tecnologia, muitos têm uma visão catastrófica e a maioria não percebe a real importância desta para a sociedade e sua evolução. É claro que toda mudança incomoda, mas com o passar do tempo ela é assimilada. Por exemplo, como ocorreu na Revolução Industrial onde as pessoas queriam destruir as máquinas têxteis, pois aquela tecnologia mecânica estava transformando suas vidas.

Como Santaella (SANTAELLA, Lúcia. Cultura e Artes do Pós Humano. São Paulo: Paulus, 2003 - p.57) escreveu sobre o surgimento de novas tecnologias,
A invenção de Gutenberg provocou o aumento da produção de livros, tanto quanto a prensa mecânica e a maquinaria moderna viriam acelerar ainda mais essa produção. O livro não desapareceu com a explosão do jornal, nem deverão ambos, livro e jornal, desaparecer com o surgimento das redes teleinformáticas. Poderão, no máximo, mudar de suporte, do papel para a tela eletrônica, assim como o livro saltou do couro para o papiro e deste para o papel.

Uma mídia não substitui a outra, mas o seu enfoque se altera para se enquadrar na nova realidade. Isso aconteceu com o jornal depois do aparecimento do rádio, onde as notícias do jornal começaram a ser publicadas com análises mais profundas. O mesmo está acontecendo agora com o aparecimento do jornal on-line, onde o jornal impresso está novamente tendo que se adequar a este novo cenário.

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